sábado, 27 de fevereiro de 2010


O teu olhar é a imitação do mundo
na escala fugaz do mais breve contacto.
Intenso percorro o teu corpo em teus olhos
e entro em ti sem barreiras de pálpebras.
Adoro, o teu olhar assim para além do corpóreo
intenso
fugaz
perturbado
ilusório...
Talvez
na próxima vez que me vires
deixarás os meus olhos tão presos nos teus
Ou apenas verei que perdi teu olhar?

O teu olhar
fala-me de viagens
e lugares distantes.
O teu olhar
fala-me de solidão
em certos instantes.
O teu olhar
fala-me de saudade
e de doçura.
O teu olhar
fala-me de desejo
e de quentura.
O teu olhar,
caminhante em mim...

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

O teu OLHAR

Guardei as tuas fotografias num álbum de recordações. Gostava de olhar para elas sem sentir o que sinto. Penso na tua face, nos teus olhos, olhos que me fizeram apaixonar por ti. Tens uns olhos cheios de vida e paixão, cheios de uma sabedoria que não se alcança com o passar de uma vida. São esses olhos que eu não consigo encarar, a tua face, os teus lábios que eu quero tanto beijar.

Não és tu que eu guardo no meu álbum de recordações, sou eu que me escondo, deste amor, do teu olhar.

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Apetece-me...

Na minha Vida: Apetece-me fugir, deixar tudo para trás e recomeçar uma nova vida, num outro lugar com outras coisas... Sei que nao poderia evitar as desilusões,os obstáculos, os problemas, as complicações, os desentendimentos e tristezas mas conseguiria a tal liberdade que procuro numa nova realidade que quero conquistar com o meu trabalho e ternura... Quero uma nova descoberta do meu eu, um caminho escolhido por mim... Preciso de sentir tudo aquilo que não me deixaram sentir, de dizer tudo aquilo que nunca me deixaram e sempre me repreenderam quando ia dizer, de pensar com novas regras e esquecer aquelas que me deram como certas, de sonhar sem ilusão, de levar os sonhos para a realidade, de sair debaixo daqueles que sempre me "espezinham", de descobrir segredos de vidas absurdas, de sentir novos sentimentos e de procurar o meu cantinho mais puro... Quero voar por este mundo até encontrar o meu lugar, voar livremente para ser eu proprio sem ressentimentos, abrir o coração e deixar que ele fale, grite, chore e ria até libertar toda esta aversão não manifestada guardada a 7 chaves dentro de mim... Quero caminhar sem destino até ao meu lugar, onde haja gente que me compreenda, onde se viva de sentimentos, e de encontrar um espaço só meu onde encaixem os meus sonhos, um lugar sem receios e maldades, um lugar onde a vida nao seja dia sim dia nao, um lugar onde nos deixam ficar sentados a olhar o mar e a refletir sempre na nossa vida, um lugar onde nos ferem com as palavras para nos abrirem os olhos e nos deixam tatuado no coração as palavras Amor, Amizade e Paz...
Quero-me afastar de todas as palavras ditas em silencio, das feridas que queimam silenciosas, de todos os complexos e receios de ser quem sou, de todos os insultos dados por quem nos diz amar, de todas as magoas que nos roiem por dentro e que nos criam barreiras a volta do coração onde a solidão persiste prisioneira la dentro...

quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010

''Fugir''

Será que sou um ser hediondo no que diz respeito a sentimentos? Pelo simples facto de não ser capaz de admitir que amo, que quero amar e ser amado, que quero ser feliz e partilhar a minha felicidade???

Pois não sei bem ao certo…

Fujo do amor como quem foge à própria morte! Mas assim sou eu, um ser com inúmeros medos, como por exemplo ficar só, amar, medo de ser desejado e desejar, mas o único medo que inúmeras pessoas possuem e que a mim é me indiferente é a morte. A maioria das pessoas vê a morte como o final, como o terror da vida, a passagem de momentos gloriosos e memoráveis para um final monótono e enfadonho, no meu caso é o contrário. Antes prefiro descansar do que andar assim, com medo do que a vida me reserva, esperando que o dia seguinte seja pior ou melhor do que este, em que supostamente deveria estar a viver e não a sobreviver.

Nestes dias em que o tempo é muito e a ocupação pouca, tenho estado a pensar no meu percurso amoroso e todo o seu histórico de vida. Não é que eu possua um histórico amoroso longo, bem pelo contrário, até porque deveria rever o nome, não deveria ser histórico amoroso, mas sim, suposto histórico. Pois para ser sincero penso que nunca tive um AMOR, como é descrito pela própria palavra. Apenas errei… Mas dos meus erros, o maior deles todos é fugir ao próprio amor, tentar libertar-me de um suposto amor, fugir de atracções físicas e intelectuais, fugir de tudo pelo qual me possa vir a apaixonar.

Nunca percebi bem o porque de eu não conseguir dizer eu amo-te, onde estará a dificuldade de eu dizer estas mesmas palavras, será que tenho medo do grau de intensidade ou a falta do mesmo para quem esta a ouvir.

Será porque sou uma pessoa de sentimentos e não digo esta mesma palavra apenas por divertimento ou porque sei que quem está comigo deseja a ouvir e eu não digo apenas por dizer como já o fizeram comigo…

Estas questões e dilemas fazem-me afastar as pessoas de tal maneira que fico assim, sem reacção, preocupado como o que a pessoa deverá estar a sentir neste mesmo momento, em que a dor da rejeição é tão forte como o próprio aço, que arde dentro de si como uma brasa em chama e que, apenas com o tempo esse ardor é apaziguado e esquecido, mas deixando sempre lá a marca de dor..

Gostava de saber o porquê da minha existência, já passaram alguns anos desde a minha aparição e até hoje, ainda não consegui entender o que faço neste mundo. Olho e vejo o mundo a girar, os dias a sucederem-se uns a seguir aos outros, eu a envelhecer e comigo a solidão. Sinto-me como um simples pedaço de calcário que apenas está a formar-se para viver a vida sempre no mesmo sítio, nunca pertencendo a nenhuma construção ou obra, apenas ganhando musgo e servindo de acento para muitos…

Gostava de ser diferente, gostava que pudessem existir pequenas, mas drásticas modificações no meu ser, deixando os medos serem repartidos pela sociedade e que apenas ficasse com os bocadinhos bons que ainda conseguem prevalecer dentro de mim. Sei que pareço egoísta e que apenas preocupo-me apenas comigo mas, durante estes anos apenas preocupei-me com aqueles que me rodeiam, deixando-me moldar na escultura em que apresento-me hoje. Escultura não em pedra mas sim de areia, que a qualquer momento, com o vento, dissipa-se no ar…